Figura 1: Caixa d'água do Tomba
Fonte: Google Imagens
Localizado na zona sul da cidade, a 2 km do centro e próximo a avenida de contorno, o bairro do Tomba é o elo entre Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos. É o bairro mais populoso da cidade com quase sessenta mil habitantes segundo o Censo 2010 do IBGE.
O bairro em si surgiu após a construção da Fazenda Olhos D`Água e configura entre os primeiros bairros que surgiram em Feira.
Figura 2: Entrada da estação velha de Feira de Santana.
Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/ba_monte%20azul/feira.htm
A história da origem do nome do bairro diz que o local inicialmente era conhecido como "Morro do Macaco" por ser um lugar habitado em sua maioria por pessoas pobres, alguns fazendeiros e por possuir uma extensa fauna de Mata Atlântica e Caatinga. Depois, com a implantação da linha férrea e o trem que ligaria o Sertão ao Recôncavo Baiano, os moradores mais antigos do bairro contam que quando o trem se aproximava do trecho que hoje dá nome ao bairro, o maquinista pedia aos passageiros que todos descessem e seguissem a pé até a composição passar por aquele trecho devido ao risco do trem tombar ali. Foi a partir dessa situação que o lugar passou a ser conhecido como "O lugar que o trem tomba", e, depois, apenas, Tomba.
Nas últimas décadas, o bairro evoluiu rapidamente e viu sua população aumentar bastante tornando-se hoje o bairro mais populoso de Feira, fazendo surgir dezenas de outros sub-bairros.
Hoje, o Tomba é um bairro comercialmente forte e independente contando com grandes Supermercados, Lojas, Escolas, Farmácias, Postos de Saúde, Bancos, Lotéricas, Correios, Terminal de Ônibus, Praças, Igrejas, Postos de Combustíveis, Clínicas, Lojas de Materiais de Construção, Hotéis, Motéis, Bares e Restaurantes.
A infraestrutura do bairro é considerada boa por grande parte de seus moradores e o transporte público também.
ENTREVISTAS REALIZADAS EM 27/06/2018
TIPO: NÃO ESTRUTURADA
TIPO: NÃO ESTRUTURADA
Essas entrevistas fazem parte do "leque" de requisitos que devem constar na criação desse Blog.
Minhas entrevistadas e colaboradoras foram muito gentis e agregadoras dos conhecimentos que eu buscava nessa tarefa. A primeira que tive o enorme prazer de visitar e entrevistar foi Dona Tereza, uma viúva de 67 anos moradora há mais de cinquenta anos do bairro, mãe de cinco filhos e vó de alguns netos. Dona Tereza me permitiu citar seu nome e outras referencias por ela citadas durante nossa entrevista. Nossa segunda entrevistada e colaboradora é uma senhora que mora no bairro do Tomba há muito tempo, porém, ela me pediu que não citasse seu nome no Blog, de modo que irei respeitar e apenas trazer suas palavras nessa conversa muito interessante e também muito enriquecedora, sendo que para "nortear" nossos leitores, aqui, eu apenas a identificarei como Dona Menina!
Minha abordagem foi a mesma com ambas, primeiro, falando um pouco dos tempos passados, já que eu as conhecia do tempo em que morei no bairro do Tomba, e, da atualidade, depois, explicando os motivos que me levaram até ali para então começar a gravar suas palavras, que trago aqui, na integra, inclusive algumas palavras do jeitinho que foram expressadas, pois acho importantíssimo preservar, manter e respeitar as diversidades linguísticas do nosso imenso país.
Entrevistada número 1: Dona Tereza
- O que tenho pra te dizer daqui minha fia é que boa parte das terras das ruas São João, Lacerda e outras que ficam no Tomba pertenciam a meu pai José, meu tio Zuza e principalmente meu a avô que se chamava João Grosso Evangelista dos Santos. Naquele tempo as coisas eram muito difíceis, principalmente tomar um transporte naquela época porque só existia o trem que vinha de Cachoeira e passava pela ponte em frente onde hoje se encontra a Escola Ana Brandoa e uma “Marinete” dirigida pelo senhor Bicoca. A Marinete minha fia era um tipo de ônibus antigo que fazia muito barulho por causa das ferragens que tinha lá dentro pra transportar bananas e outras mercadorias. A gente também tinha muitas dificuldades pra conseguir água porque só conseguida nos poços artesianos e tinha que ser puxada no engenho, na mão. Eu lembro que as pessoas que tinha suas rocinhas plantavam suas coisa e vendia na feirinha da Pracinha do Tomba. Aqui tinha plantações de todo tipo de coisa, de feijão, mandioca, milho, quiabo, tempero verde e outras coisinhas. Aqui também era passagem das boiadas que era levada pra Cachoeira. A vida não era fácil não...tinha muitas donas de casa que lavava as troxa de roupas pra ganhar um dinheirinho e ajudar nas despesas da casa. As coisa mudaram muito de lá pra cá, hoje tá tudo diferente, a gente tem tudo perto de casa, eu tenho meu cantinho aqui e gosto muito de morar aqui.
Entrevistada número 2: Dona Menina
- Quando cheguei "praqui" isso tudo era calumbi, era puro mato. Quando eu comprei esse lote aqui, eu nunca imaginei que isso aqui um dia ia virar cidade. As boiadas seguiam por aqui vindo de Cachoeira dia de sexta-feira indo pra feira da Estação Nova onde hoje é a Secretaria de Saúde, ali era a Estação Nova, ponto final da parada do trem, dalí, tinha as distribuidoras das frutas, das coisas que vinha de fora, do Recôncavo Baiano...Era muito marisco, peixe de todo tipo, era muita diversidade de coisas. Nessa época de São João? Meu Deus...era tanta coisa que vinha do Recôncavo pra cá...era uma maravilha!!! Quando você (eu) nasceu aqui, aqui já era cidade se se comparado quando eu cheguei aqui. Era tanto mato por aqui quando cheguei aqui que logo depois que casei fui embora pra Cachoeira onde minha família mora até hoje porque nunca pensei que isso aqui fosse ser o que é hoje. O trem vinha de lá pra cá, de cá pra lá vindo de Cachoeira e voltando pra lá passando pela ponte em frente ao Ana Brandoa (colégio), passava toda segunda-feira de manhã logo cedo às cinco horas da manhã, daqui de casa a gente ouvia o apito: "Bi biiii"...era o ponto de chamada pra despertar quem ia pro seu trabalho, era o relógio mais certo que tinha. Por várias vezes eu, minha mãe, meu pai e meus irmãos tomamos o trem pra ir e voltar de Cachoeira ali na Estação Nova. Uma das coisas que me deixou muito feliz foi as transformações que iam acontecendo no bairro conforme os prefeitos iam mudando. Sinto saudades daquele tempo mas hoje é muito melhor, hoje a gente encontra tudo que precisa aqui mesmo, nem precisa ir até o centro da cidade pra quase nada. Hoje o Tomba cresceu muito, hoje aqui a gente tem Escolas, Clínicas de todos os tipos, Posto de Saúde, Bancos, Supermercados, Lojas, Praças, Correios, Lotéricas...e tem a feira livre com tudo quanto é coisa e a igreja que todo domingo vou pra minha missa na Igreja de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro. Antes era tudo muito difícil, hoje tá tudo muito uma maravilha. Sabe quem é que vai me tirar daqui? Aquele lá de cima! Gosto daqui, apesar dos problemas que a gente vive hoje com essa violência que deixa a gente tudo vivendo gradeado, mas eu gosto daqui e dos meus vizinhos , amo tudo aqui.
Olá, Quero agradecer pela iniciativa e parabeniza-la pelas lindas historias aqui expostas. Parabéns pelo empenho e desenvolvimento deste trabalho. Adorei conhecer TOMBA, linda historia, lindo lugar neste final de semana já tenho lugar para visitar, obrigada por nos oportunizar este blog como espaço de informação sobre determinados lugares. Vamo Brasil! Rumo ao exa!!!!!!!!!
ResponderExcluirNão disse que seu trabalho ia ficar lindo? Parabéns.
ResponderExcluirMuito obrigadooooooooooo professor, suas orientações foram responsaveis por esse trabalho enriquecedor.
ExcluirParabéns Simone pelo seu trabalho.É muito importante parar para ouvir o que os mais antigos tem a nos dizer sobre a sua própria história. Fiquei muito emocionado com as palavras de dona Tereza e dona menina,sobre relembrar as histórias antigas que reverberam no presente. Parabéns ao seu professor pela iniciativa de orientar um trabalho de tamanha magnitude.
ResponderExcluirMuito obrigado
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