terça-feira, 3 de julho de 2018

Salvador: Onde Tudo Começou

Em 29 de Março de 1549, tendo à época como governador geral Tomé de Souza, era fundada a primeira capital do Brasil com o nome de São Salvador da Bahia de Todos os Santos ou simplesmente, Salvador.
Por ser a primeiro capital do Brasil, Salvador era muito importante na expansão do restante do país por dentre outros motivos, os aqui destacados:
  • Por sua localização na única rota possível de navegação a vela impulsionada pela corrente equatorial do Sul que sai do litoral africano da região do Golfo do Guiné, e, apoiando-se nas Ilhas de Cabo Verde, para então, chegar a Bahia, tornando assim possível o transporte e o comércio marítimo;
  • Por seu potencial para as atividades comerciais, Salvador tornou-se economicamente mais forte;
  • Salvador teve o primeiro Tribunal de Justiça do Brasil contando com vários órgãos do governo (Polícia, Exército);
  • O crescimento populacional médio de Salvador corresponde a cerca de 15 mil habitantes/ano.
Além dos fatores citados acima, Salvador é importante porque possui uma beleza natural, lindas praias, uma geografia que nos permite ter duas cidades em uma (Cidade alta e Cidade baixa) ligadas por um dos mais belos cartões postais da cidade que é o Elevador Lacerda, tem o Mercado Modelo,o Farol da Barra, Itapuã, Rio Vermelho, a Lavagem do Bonfim e a Festa do Mar pra saudar Iemanjá, o Pelourinho, tem as riquezas das diversidades culturais, religiosas e humanas, tem as bençãos e a proteção de Todos os Santos, a alegria e os encantos de um povo que está sempre com o sorriso no rosto, as nossas culinárias deliciosas e diversificadas, temos grandes e incontáveis festas e comemorações das quais somos bons anfitriãs para receber de braços abertos todos que vierem nos prestigiar, nossas históricas e belas igrejas como a do Nosso Senhor do Bonfim, Nossa Senhora da Conceição da Praia e a Igreja Nossa Senhora da Misericórdia,e, temos o grande clássico "BAVI"! Seja por terra, céu ou mar, sejam todos muito bem vindos a Salvador, Cidade Mãe do Brasil!



Relação entre Salvador e Feira de Santana


Bandeira da Cidade de Salvador


Bandeira do Município de Feira de Santana





Feira de Santana durante boa fase de sua existência, atuava como parte de um sistema urbano primaz, dependente de Salvador, servindo de apoio às atividades econômicas e sociais, passou a exercer importante papel no inter-relacionamento regional. A expansão do mercado inter-regional processado para o interior do Estado, com destaque para o papel de intermediação de Feira de Santana, ficou evidente sua função de centro da dinâmica regional e seu relacionamento com a metrópole Salvador.

O município de Feira de Santana ocupa historicamente posição estratégica na região Nordeste e no Estado da Bahia, entrecruzada por rodovias, ele se constitui num importante eixo rodoviário do país, do Nordeste e do Estado da Bahia, formado por um anel de contorno, interligado pelas BR - 324, BR - 116 Sul (Rio-Bahia), BR - 116 Norte (Transnordestina), BR - 101 e as BA - 052, BA - 502, BA - 503 e BA - 504, com acessos paras as BR - 242 e BR - 110, interligando o Norte/Nordeste do País com as regiões do Sul, Sudeste, Centro Oeste e Salvador com o interior.

Esta característica de encruzilhada de estradas foi, no passado, ponto-chave na formação da cidade e, ainda hoje, é um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento econômico e social do município, atraindo capitais e população num processo de crescimento urbano, adquiriu porte de capital regional segundo o REGIC – Rede de Influência das Cidades do IBGE.

Esta posição privilegiada, explica sua dinâmica interna, marcada pela contribuição ao desenvolvimento regional e nacional, e pelos benefícios que colhe devido à sua posição estratégica em relação ao mercado nacional e regional.

Inserida num espaço geográfico centralizado em relação às demais regiões brasileiras, funciona como centro regional de passagem de pessoas, produtos e capitais, exercendo papel de entroncamento de vias de transporte, na fronteira da capital Salvador com o sertão, do recôncavo aos tabuleiros do semiárido da Bahia.

Distante 108 Km de Salvador pela BR 324, responde pela segunda economia da Bahia, com amplitude de vínculos econômicos e relações de transações comerciais de um complexo de regiões, sua economia diversificada: agropecuária, comércio, indústria e de serviços de apoio urbano, a cidade ostenta posição de centro distribuidor da produção regional e polo de negócios e atividades dinâmicas.

Feira de Santana - Princesinha de Cachoeira/BA

Figura 1: Fazenda Santana dos Olhos D'Água
Fonte: Google Imagens


Feira de Santana nasce a partir do crescimento das atividades comerciais desenvolvidas nas terras da antiga fazenda Santana dos Olhos D'Água que tinha como proprietários o Português Domingos Barbosa de Araújo e sua esposa dona Ana Brandão e que doaram as terras para construção de uma capela sob as invocações de São Domingos e Nossa Senhora Santana. Após a construção dessa capela no começo do século XVIII inicia-se o povoamento em torno da mesma com construções de casebres de rendeiros e das senzalas.
Após a morte dos proprietários da fazenda Olhos D'Água, as terras passaram a serem usadas como uma feira, tornando-se um ponto comercial que atraia tropas e viajantes de outros estados provenientes do porto de Nossa Senhora do Rosário de Cachoeira à margem do Paraguaçu, que concentrava grandes estabelecimentos comerciais. Com o passar dos tempos, o comércio e a população nas terras da antiga fazenda Olhos d'Água cresceram muito e passaram de uma simples feira a um centro de permuta e escambos. Assim, formou-se o arraial de Santana da Feira, em seguida, e, devido ao desenvolvimento local com a abertura de ruas, crescimento da população e da instalação de lojas, os habitantes pediram a emancipação do município, o que se concretizou através do Decreto de 13 de Novembro de 1832, com território desmembrado do município de Cachoeira, porém, o atual nome Feira de Santana só passou a existir a partir da vigência do Decreto estadual n° 11089, de 30 de Novembro de 1938.

- O que impulsionou o crescimento de Feira de Santana nas últimas décadas?


Figura 2: Feira de Santana
Fonte: Google Imagens

Um dos principais fatores do crescimento de Feira de Santana é sua localização estratégica, pois está fincada no maior entrocamento rodoviário do Norte-Nordeste que interliga três rodovias federais: a BR-101, a BR-116 e a BR-324, o que faz de Feira um ponto de ligação entre o que vem do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste em direção a Salvador e outras cidades da região Nordeste, o que contribui bastante para o crescimento e desenvolvimento de todos os setores da economia, desde a produção industrial, da construção civil, dos serviços, educação, além é claro, da expansão do comercio e da agropecuária. 

Figura 3: Monumento Todos os Caminhos
Fonte: Google Imagens

Feira de Santana sempre se destacou economicamente nos setores do comércio e da agropecuária, porém, nas últimas três décadas Feira teve um crescimento bastante acelerado levando a população a um crescimento médio de 100 mil habitantes a cada década o que faz do município o segundo em número de habitantes do estado da Bahia com algo em torno de 600 mil moradores, ficando atrás apenas da capital baiana, Salvador que tem mais ou menos 3 milhões de habitantes segundo dados do IBGE/2010. Esse crescimento populacional acaba por gerar aumentos das demandas de vários setores importantes para acompanhar as necessidades que a mesma requer, como o aumento na construção de moradias, oferta dos serviços de infraestrutura, educação, saúde, serviços, dentre outros.  


- A relação entre Feira de Santana e a cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano

                         
Bandeira do Município de Feira de Santana 



Bandeira do Município de Cachoeira


O município de Feira de Santana está localizado a 116 Km da capital Salvador e situada no Agreste Baiano. Durante as pesquisas realizadas para a confecção desse Blog sob a orientação do Professor Doutor em História, Alfredo Matta, ao qual devo parabenizar por sua metodologia de trabalho junto aos seus alunos através da atividade da pesquisa proposta sobre nossos ancestrais e logradouros, nos proporcionando conhecer e compreender melhor nossas origens e passado pra melhor entender nosso presente. Graças a metodologia proposta nessa disciplina eu pude conhecer particularidades que outrora não havia tomado conhecimento. Foram várias as descobertas que fiz sobre a cidade onde nasci há mais de quatro décadas, e, que me levaram a perceber que verdadeiramente eu pouco conhecia da história da minha cidade natal, Feira de Santana, bem como da sua relação com o município de Cachoeira, situado no Recôncavo Baiano, de forma que fiquei surpresa ao descobrir durante a pesquisa que Feira de Santana nasce a partir do desmembramento do município de Cachoeira devido ao seu crescimento populacional, comercial e financeiro. Compreendo portanto que assim sendo, Feira de Santana é a Princesinha de Cachoeira.

Os Coronéis - Personalidades Marcantes da História de Feira de Santana

Na vigência da Velha República foi criada a Guarda Nacional. As patentes dos seus membros eram vendidas de acordo com a situação financeira do indivíduo, sendo a mais e logicamente a mais cara a de Coronel. Assim, todo chefe político tinha a obrigação de adquirir uma patente de Coronel. E com o passar do tempo bastava ser uma pessoa bem sucedida ou influente para ser chamado de Coronel.
Dentre os coronéis que tivemos em Feira podemos citar o Coronel Alvaro Simões que ainda chegou à Segunda Guerra Mundial envergando o seu uniforme de Coronel da Guarda Nacional e o Coronel Agostinho Fróes da Mota, que hoje dá nome a uma das praças mais importantes de Feira de Santana.

Tomba - Ontem e Hoje

Figura 1: Caixa d'água do Tomba
Fonte: Google Imagens

Localizado na zona sul da cidade, a 2 km do centro e próximo a avenida de contorno, o bairro do Tomba é o elo entre Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos. É o bairro mais populoso da cidade com quase sessenta mil habitantes segundo o Censo 2010 do IBGE.
O bairro em si surgiu após a construção da Fazenda Olhos D`Água e configura entre os primeiros bairros que surgiram em Feira.


Figura 2:  Entrada da estação velha de Feira de Santana. 
Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/ba_monte%20azul/feira.htm

A história da origem do nome do bairro diz que o local inicialmente era conhecido como "Morro do Macaco" por ser um lugar habitado em sua maioria por pessoas pobres, alguns fazendeiros e por possuir uma extensa fauna de Mata Atlântica e Caatinga. Depois, com a implantação da linha férrea e o trem que ligaria o Sertão ao Recôncavo Baiano, os moradores mais antigos do bairro contam que quando o trem se aproximava do trecho que hoje dá nome ao bairro, o maquinista pedia aos passageiros que todos descessem e seguissem a pé até a composição passar por aquele trecho devido ao risco do trem tombar ali. Foi a partir dessa situação que o lugar passou a ser conhecido como "O lugar que o trem tomba", e, depois, apenas, Tomba.
Nas últimas décadas, o bairro evoluiu rapidamente e viu sua população aumentar bastante tornando-se hoje o bairro mais populoso de Feira, fazendo surgir dezenas de outros sub-bairros.
Hoje, o Tomba é um bairro comercialmente forte e independente contando com grandes Supermercados, Lojas, Escolas, Farmácias, Postos de Saúde, Bancos, Lotéricas, Correios, Terminal de Ônibus, Praças, Igrejas, Postos de Combustíveis, Clínicas, Lojas de Materiais de Construção, Hotéis, Motéis, Bares e Restaurantes.
A infraestrutura do bairro é considerada boa por grande parte de seus moradores e o transporte público também. 


ENTREVISTAS REALIZADAS EM 27/06/2018
TIPO: NÃO ESTRUTURADA

Essas entrevistas fazem parte do "leque" de requisitos que devem constar na criação desse Blog.

Minhas entrevistadas e colaboradoras foram muito gentis e agregadoras dos conhecimentos que eu buscava nessa tarefa. A primeira que tive o enorme prazer de visitar e entrevistar foi Dona Tereza, uma viúva de 67 anos moradora há mais de cinquenta anos do bairro, mãe de cinco filhos e vó de alguns netos. Dona Tereza me permitiu citar seu nome e outras referencias por ela citadas durante nossa entrevista. Nossa segunda entrevistada e colaboradora é uma senhora que mora no bairro do Tomba há muito tempo, porém, ela me pediu que não citasse seu nome   no Blog, de modo que irei respeitar e apenas trazer suas palavras nessa conversa muito interessante e também muito enriquecedora, sendo que para "nortear" nossos leitores, aqui, eu apenas a identificarei como Dona Menina! 
Minha abordagem foi a mesma com ambas, primeiro, falando um pouco dos tempos passados, já que eu as conhecia do tempo em que morei no bairro do Tomba, e, da atualidade, depois, explicando os motivos que me levaram até ali para então começar a gravar suas palavras, que trago aqui, na integra, inclusive algumas palavras do jeitinho que foram expressadas, pois acho importantíssimo preservar, manter e respeitar as diversidades linguísticas do nosso imenso país.


Entrevistada número 1: Dona Tereza

 - O que tenho pra te dizer daqui minha fia é que boa parte das terras das ruas São João, Lacerda e outras que ficam no Tomba pertenciam a meu pai José, meu tio Zuza e principalmente meu a avô que se chamava João Grosso Evangelista dos Santos. Naquele tempo as coisas eram muito difíceis, principalmente tomar um transporte naquela época porque só existia o trem que vinha de Cachoeira e passava pela ponte em frente onde hoje se encontra a Escola Ana Brandoa e uma “Marinete” dirigida pelo senhor Bicoca. A Marinete minha fia era um tipo de ônibus antigo que fazia muito barulho por causa das ferragens que tinha lá dentro pra transportar bananas e outras mercadorias. A gente também tinha muitas dificuldades pra conseguir água porque só conseguida nos poços artesianos e tinha que ser puxada no engenho, na mão. Eu lembro que as pessoas que tinha suas rocinhas plantavam suas coisa e vendia na feirinha da Pracinha do Tomba. Aqui tinha plantações de todo tipo de coisa, de feijão, mandioca, milho, quiabo, tempero verde e outras coisinhas. Aqui também era passagem das boiadas que era levada pra Cachoeira. A vida não era fácil não...tinha muitas donas de casa que lavava as troxa de roupas pra ganhar um dinheirinho e ajudar nas despesas da casa. As coisa mudaram muito de lá pra cá, hoje tá tudo diferente, a gente tem tudo perto de casa, eu tenho meu cantinho aqui e gosto muito de morar aqui. 

Figura 3: Marinete
Fonte: Google Imagens


Entrevistada número 2: Dona Menina

- Quando cheguei "praqui" isso tudo era calumbi, era puro mato. Quando eu comprei esse lote aqui, eu nunca imaginei que isso aqui um dia ia virar cidade. As boiadas seguiam por aqui vindo de Cachoeira dia de sexta-feira indo pra feira da Estação Nova onde hoje é a Secretaria de Saúde, ali era a Estação Nova, ponto final da parada do trem, dalí, tinha as distribuidoras das frutas, das coisas que vinha de fora, do Recôncavo Baiano...Era muito marisco, peixe de todo tipo, era muita diversidade de coisas. Nessa época de São João? Meu Deus...era tanta coisa que vinha do Recôncavo pra cá...era uma maravilha!!! Quando você (eu) nasceu aqui, aqui já era cidade se se comparado quando eu cheguei aqui. Era tanto mato por aqui quando cheguei aqui que logo depois que casei fui embora pra Cachoeira onde minha família mora até hoje porque nunca pensei que isso aqui fosse ser o que é hoje. O trem vinha de lá pra cá, de cá pra lá vindo de Cachoeira e voltando pra lá passando pela ponte em frente ao Ana Brandoa (colégio), passava toda segunda-feira de manhã logo cedo às cinco horas da manhã, daqui de casa a gente ouvia o apito: "Bi biiii"...era o ponto de chamada pra despertar quem ia pro seu trabalho, era o relógio mais certo que tinha. Por várias vezes eu, minha mãe, meu pai e meus irmãos tomamos o trem pra ir e voltar de Cachoeira ali na Estação Nova. Uma das coisas que me deixou muito feliz foi as transformações que iam acontecendo no bairro conforme os prefeitos iam mudando. Sinto saudades daquele tempo mas hoje é muito melhor, hoje a gente encontra tudo que precisa aqui mesmo, nem precisa ir até o centro da cidade pra quase nada. Hoje o Tomba cresceu muito, hoje aqui a gente tem Escolas, Clínicas de todos os tipos, Posto de Saúde, Bancos, Supermercados, Lojas, Praças, Correios, Lotéricas...e tem a feira livre com tudo quanto é coisa e a igreja que todo domingo vou pra minha missa na Igreja de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro. Antes era tudo muito difícil, hoje tá tudo muito uma maravilha. Sabe quem é que vai me tirar daqui? Aquele lá de cima! Gosto daqui, apesar dos problemas que a gente vive hoje com essa violência que deixa a gente tudo vivendo gradeado, mas eu gosto daqui e dos meus vizinhos , amo tudo aqui. 

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Rua São João - Passado e presente do meu pedacinho de chão

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Figura 1: Rua São João
Fonte: Google Imagem


A Rua São João está localizada entre o Eucalipto e o bairro do Tomba, na cidade de Feira de Santana-BA. 
Falar da rua São João pra mim é falar da minha história ou melhor, das minhas histórias, pois foi nessa rua comprida, de solo argiloso, com casas de arquitetura simples com moradores simples, porém, especiais, que eu nasci e morei na minha infância e parte da adolescência. Lembro-me de cada casa, cada morador/moradora, de cada terreno baldio ao longo da rua... São tantas lembranças que se eu fosse contar todas com certeza daria um livro bem "robusto". Dentre as muitas lembranças que guardo da rua São João de 35-40 anos atrás, tem a passagem da boiada que seguia em direção ao Tomba/São Gonçalo dos Campos duas vezes na semana, sempre causando alvoroço, medo, correria e às vezes, acidentes com pessoas ou com os animais que faziam parte da boiada. Apesar de tudo, o dia e a hora da passagem das boiadas eram sempre aguardados com muitas expectativas, principalmente pelas crianças e adolescentes inclusive eu e meus irmãos que aproveitávamos para jogar sal na brasa do fogo a lenha no quintal de casa sempre que ouvíamos ao longe a entonação dos vaqueiros e seus berrantes e o som dos chocalhos a balançar no pescoço dos bovinos, pois contavam os mais velhos que os bois ficavam agitados quando sentia o cheiro do sal quente e isso se tornou de certa forma para nós, uma brincadeira ao mesmo tempo divertida e perigosa diante do imprevisto do efeito de nossas traquinagens. Lembro-me ainda que em ano de eleição a rua recebia uma atenção especial por parte dos próprios moradores retirando os matos, varrendo a rua com vassoura feita de palha da árvore do licurizeiro e caprichavam também na limpeza e arrumação de suas casas, pois não queriam passar vergonha caso tivesse a "sorte" de ser o contemplado/contemplada com a presença do candidato em sua casa como costumava acontecer nessas ocasiões que eram verdadeiras festas a passagem da comitiva pelas ruas. São boas as lembranças também das Festas Juninas realizadas na rua São João que unia todos os moradores da rua na organização dos festejos com muita decoração, comidas, bebidas, fogos, fogueiras e muito forró. Nada era fácil na antiga rua São João com sua total falta de infraestrutura, se chovia, virava um lamaçal só, se fazia sol, cada rajada de vento garantia muita poeira e areia nos olhos. O problema da falta de esgoto à época eram amenizados porque cada casa tinha em seus terrenos/quintais uma fossa pra acumular os resíduos sanitários até que a mesma estivesse cheia, e, o proprietário tivesse que contratar uma empresa limpadora de fossa pra esvaziá-la. Água encanada e luz elétrica era coisa de "casa de barão" que por sinal era a pessoa que sempre ficava responsável por fazer com que as radiolas usadas nas festas comunitárias funcionassem pra alegria geral.
Após longos anos longe da rua São João, no dia 27/06/2018 levada pelo compromisso de realizar algumas entrevistas que compõe esse Blog, me deparo com uma Rua São João totalmente diferente de como era antigamente com asfalto substituindo as pedras, essas  que por sua vez deu fim a era da rua de terra argilosa, hoje, possui rede de esgoto canalizado livrando os moradores da inconveniente fossa na porta de sua casa, todas as residencias possuem água e luz, passeios nas calçadas, casas bonitas com belas fachadas, enfim, tudo muito moderno como acontece em toda cidade grande como Feira de Santana. Diante de tudo que pude observar e relembrar dessa "viagem" de volta as minhas origens, duas coisas não mudaram nessa rua após tantos anos, uma foi o fato da mesma continuar praticamente residencial com pouquíssimos estabelecimentos comerciais e a outra foi que, apesar de tanto tempo depois, o carinho, o acolhimento, os sorrisos, abraços das pessoas que por lá deixei continua tudo igual, foi muito prazeroso voltar lá e ver cada uma das "eternas" crianças que um dia brincamos juntas, dos jovens que hoje estão mais vividos, e, muitas saudades daqueles/daquelas que infelizmente já não poderei mais ver mas que estarão vivas em minhas memórias. Eterna gratidão por ter vivido esses momentos. Agradeço de coração ao meu Professor Doutor e Alfredo Matta e a todos que fizeram parte ou colaboraram para a construção desse Blog. 

Fontes

REFERENCIAS


http://feirahoje.com.br/o-primeiro-documento-da-historia-de-feira-de-santana/

https://nl.pinterest.com/pin/476466835547112587/

https://m.acordacidade.com.br/noticias/160174/pesquisa-indica-como-foi-o-crescimento-populacional-de-feira-nos-ultimos-30-anos.html

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/salvador/panorama

http://www.salvadorbahiabrasil.com/historia-salvador.htm

https://www.algosobre.com.br/historia/descobrimento-do-brasil-o.html

file:///C:/Users/lahhw/Downloads/pwc-sondagem-feira-santana-15.pdf

file:///C:/Users/lahhw/Downloads/45.pdf


BIBLIOGRAFIAS



A Feira na década de 30 - Autor: Antônio de Lajedinho

Feira de San'tanna Histórias e Estórias dos Séculos XIX e XX (Escritos a cinquenta mãos). Edição especial do Inst, Histórico e Geográfico de Feira de Santana. 2015

A Feira no Século XX - Autor: Antônio Moreira Ferreira (Antônio de Lajedinho)

Dicionário da Feira de Santana - Autor; Oscar Damião de Almeida

Ins. Brasileiro de Geografia e Estatística. - Enciclopédia dos Municípios Brasileiros - XX Volume

Tempos, Espaços e Representações: Abordagens Geográficas e Históricas - UESB

Salvador: Onde Tudo Começou

Em 29 de Março de 1549, tendo à época como governador geral Tomé de Souza, era fundada a primeira capital do Brasil com o nome de São Salva...